sexta-feira, 15 de outubro de 2010

In CoNstaNte - Respondendo

Perguntas de Edna Arruda

E. - Alguns atribuem a capacidade de desenhar, ou tocar um instrumento, ou outras habilidades artísticas a algo chamado "dom". Você é da mesma opinião?

M. - Olha, é uma pergunta difícil de responder, ao menos pra mim. Eu diria que todos nós temos interesse ou fascínio pela arte, mas isso do "dom" é algo quase espiritual... eu acredito mais no amor pela arte, eu chamaria "dom" de AMOR mesmo. Porque esse sentimento é um interesse mais do que o normal, é mais do que simplesmente achar algo belo, é querer fazer arte. Quando se nutre esse sentimento então somos impulsionados a aprender, a experimentar, a trabalhar em cima disso... e acho que isso acontece com a maioria das ocupações... quando a gente faz o que gosta, o que ama, o trabalho ganha um sentido maior... com a pintura não é diferente, no meu caso me levou a estudar, aprender com paciência, sem pressa e realizar esse sonho de expor meus trabalhos.

E. - Aqui nós temos muitos pintores que dão cursos e tudo mais. Você aprendeu tudo sozinho. Foi opção sua?

M. - Olha, quando se desenha e pinta desde cedo a gente vai como que se habituando a fazer as coisas sozinho, pelo menos comigo foi assim... então, ao longo dos anos fui aprendendo pela observação de obras de pintores famosos e também fazendo meus ensaios.

E. - No caso dessa exposição, como você chegou ao tema IN CONSTANTE MENTE TRAÇO COR AÇÃO?

M. - Esse nome se deu mais pelo gosto que tenho pela poesia, a brincadeira com as palavras nos leva a vários sentidos, então esse tema pode nos levar a vários conceitos, juntar e separar esssas palavras é algo que fiz mesmo pra tornar o tema mais poético. Além disso a própria arte não possui um padrão CONSTANTE, ela é livre, pode ser CONSTANTE ou INCONSTANTE, IN também quer dizer INTERIOR, ÍNTIMO... MENTE pode se referir a algo MENTAL ou a alguem que MENTE ou mesmo ser o complemento de CONSTANTEMENTE, ou seja, algo contínuo como a busca pela expressão através da arte.

E. - De onde saiu a inspiração em telas como MÁGOA e SÃO AS LEMBRANÇAS?

M. - De experiências pessoais mesmo. Todos nós somos magoados ou violentados em nossos íntimos por experiências amargas e com o passar do tempo mesmo a lembrança de tais experiências ainda tem um peso significativo... no caso destes trabalhos há a expressão desse conceito na forma de figuras e ícones. É uma forma de falar de mim.

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